Facebook x Goggle+: Quem ganhará essa briga?

Quem possui algum endereço eletrônico pelo Gmail, já notou a divulgação, por parte do Google, de sua nova rede social: Google+. A empresa, que comprou o Orkut há alguns anos e criou o Buzz e o Reader, tenta ser de novo protagonista numa área que as as possibilidades de inovação parecem estar se esgotando.

Quando o Orkut foi criado, logo tornou-se referência para quem queria reencontrar velhos amigos de infância, 2º grau e faculdade. Muitos conquistaram novas amizades, namoros e casamentos se formaram, assim como relacionamentos já estremecidos foram para o espaço.

Contudo, de ferramenta para catalogar amigos e conhecidos, as redes sociais tornaram-se um importante veículo de disseminação de notícias, informações e de divulgação de marcas. O próximo passo, ao que parece, é arrojadamente criar uma internet dentro da internet, onde a interface entre pessoas, organizações e empresas de comunicação seja total.

Se no passado recente tínhamos, além do Orkut, o MySpace para divulgação de páginas de artistas anônimos e conhecidos, hoje muito pode ser realizado dentre os diversos serviços disponíveis numa rede como o Facebook.

Por exemplo, pode-se criar um grupo para discussão e divulgação de assuntos específicos, como dicas de livros, novas tecnologias, movimentos contra a corrupção, poesias, etc.

Há como criar uma página (fan page) de uma empresa ou personalidade, de forma que aqueles internautas que a curtirem, passam a receber suas atualizações. Interessante, por exemplo, para se manter atualizado da agenda de shows de uma banda.

A conversa on-line, como um msn, também está lá. Inclusive com, inovação recente, áudio e vídeo.

Pode-se fazer comentários, citar provérbios, piadas, desejar bom dia ou feliz aniversário a alguém, sem a limitação de 140 caracteres por mensagem (acorda, twitter!). Além de, claro, poder acompanhar as atualizações daqueles considerados amigos, através do feed de notícias.

Aliás, o tal feed de notícias é, sem dúvida, o diferencial do Facebook. Afinal, em nenhuma outra rede se consegue tamanha interatividade entre as conexões. O que, convenhamos, é o grande objetivo de quem participa de redes sociais: a possibilidade de divulgar ao máximo suas publicações.

E é justamente aí que, embora ainda em fase inicial, parece estar o erro de concepção do Google+. Há certa preocupação em restringir a interação, ou resguardar um mínimo de privacidade em rede social, através da configuração dos chamados círculos.

Ou seja, o usuário pode definir de que círculo aquele amigo pertence, para que possa enviar exclusivamente para eles, mensagens ou arquivos. Também pode-se enviar para todos, mas a idéia de utilização dos círculos está sendo divulgada como um diferencial importante. De pronto, o Facebook incluiu, há algumas semanas, a possibilidade de configurar para quem quer divulgar determinada informação: para todos, só para familiares, colegas de trabalho, etc.

Aliás, em resposta à chegada do Google+, o Face incorporou uma série de inovações nos últimos dias, gerando algumas críticas de seus usuários mais tradicionais. A criação de uma janela no canto superior direito que repassa todas as ocorrências dos “amigos” está sendo considerada por muitos como desnecessária. Para estes, criou-se uma poluição visual sem utilidade.

É fato que, para os que já frequentam o Facebook há algum tempo, a rede aparenta cada vez mais uma tela de canal sobre finanças, tal qual o Bloomberg. É tanta informação simultânea no vídeo que os menos afeitos à tecnologia já começam a qualificar a rede como de difícil manuseio. Imaginem aqueles que quiserem entrarem agora, de forma tardia.

A facilidade de interação também não parece ser uma qualidade das mais destacadas do Google+. O convite e posterior concordância de outra pessoa para que uma conexão em rede social se efetive é um dos conceitos mais utilizados e conhecidos. Com o twitter, surgiu a figura do seguidor. Assim como agora há o assinante, no Facebook. Nestes casos, a pessoa só recebe as postagens de quem segue ou assina.

Na tentativa de inovar o Google+ misturou “amigos” com pessoas que tem, por exemplo, uma conta no Gmail. Com isso, é possível criar círculos com um número maior de pessoas do que o de amigos. Ficou confuso.

Outra “inovação” que nada contribui para uma navegação mais intuitiva: O botão +1, semelhante ao “curtir” do Face, quando clicado em alguma página da internet, remete a uma área distinta do feed de notícias (Stream) do Google+.

Em resumo, na tentativa de parecer original ou diferente dos demais, o produto do Google não conseguiu enxergar seu público-alvo, aquele típico das redes sociais, ávido por divulgar sua imagem, opiniões e informações. Se não incorporar este conceito em todas as suas funcionalidades, poderá vir a ser comparado não com seu concorrente direto, mas sim com outra rede social que, muitos concordam, já faz parte da história: Orkut.

Publicado em 30/11/2011, em Cotidiano e marcado como , , , , , , . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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